População denuncia abandono da BR-156 e cobra solução definitiva para obra que se arrasta há décadas
Trechos Sul e Norte da rodovia sofrem com buracos, atoleiros e insegurança; Polícia Federal investiga desvio milionário em obras inacabadas

Passageiros e moradores do Amapá voltam a manifestar indignação com a situação da BR-156, rodovia federal que liga Macapá a Laranjal do Jari, no Sul, e também conecta a comunidade de Carnot, em Calçoene, ao município de Oiapoque, no Norte.
Os relatos são unânimes: a estrada permanece em condições precárias, com longos trechos de terra, buracos e atoleiros que dificultam ou até impedem a passagem, especialmente durante o inverno amazônico. Viagens que deveriam durar horas se transformam em jornadas exaustivas e perigosas.
Para a população, o problema vai muito além da infraestrutura: é reflexo de anos de promessas não cumpridas e sucessivos anúncios de recursos que, na prática, não resultaram na conclusão das obras.
A frustração ganhou força recentemente com a deflagração da Operação Route 156 pela Polícia Federal. A investigação apura um esquema milionário de fraude em contratos de pavimentação da rodovia, que teria desviado verbas públicas destinadas ao asfaltamento.
> “Já virou uma novela sem fim. O povo sofre e nada muda”, desabafou um passageiro que utiliza semanalmente o trecho entre Macapá e Laranjal do Jari.
Moradores apelam ao Governo do Amapá e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para que adotem medidas urgentes e concluam, de forma definitiva, a pavimentação da BR-156 — obra considerada estratégica para o desenvolvimento econômico e social do estado.
Enquanto isso, comunidades inteiras seguem prejudicadas pelo isolamento, e a BR-156, que deveria impulsionar a integração regional, permanece como símbolo de abandono e impunidade.
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