Nesta segunda-feira (30), uma tragédia chocou os moradores do bairro Nova Esperança, em Oiapoque, extremo norte do Amapá. Um homem, ainda não identificado oficialmente, foi brutalmente esfaqueado na rua Lélio Silva, nas proximidades do conhecido "postinho". Segundo relatos de testemunhas, a vítima foi atingida por pelo menos sete facadas e ainda estava com vida quando populares correram, desesperados, em busca de socorro.

No entanto, a resposta das autoridades de saúde revoltou a comunidade: uma das ambulâncias do município estava quebrada, e a outra havia se deslocado para a capital Macapá, a cerca de 578,1 km de distância. Sem qualquer assistência imediata, o homem agonizou na rua até não resistir aos ferimentos.

Indignados, moradores denunciaram o descaso. “Ele morreu esperando. Morreu porque aqui no Oiapoque a vida das pessoas não vale nada para o Estado. Isso é vergonhoso, é revoltante!”, disse uma moradora que presenciou o drama.

A tragédia escancara uma realidade cruel enfrentada por comunidades do interior do Amapá: a precariedade dos serviços de emergência, a falta de estrutura hospitalar e a ausência de resposta rápida do poder público. Casos como este levantam questionamentos dolorosos: até quando pessoas vão morrer por falta de atendimento? Até quando o Estado seguirá negligenciando a saúde básica da população?

Organizações da sociedade civil e lideranças locais exigem uma investigação rigorosa e imediata apuração dos fatos, além de providências urgentes para que casos como esse não voltem a se repetir. O sangue dessa vítima, dizem moradores, está nas mãos da omissão.

"Queremos respostas. Queremos ações. Queremos respeito."