Praga fúngica ameaça plantações de mandioca no Amapá e já atinge oito municípios
Rurap confirma presença da Vassoura de Bruxa em macaxeiras; Porto Grande é o caso mais recente

Uma praga fúngica de alto impacto, conhecida como Vassoura de Bruxa, está se espalhando rapidamente por lavouras de mandioca no estado do Amapá. O município de Porto Grande foi o mais recente a confirmar a presença da doença, tornando-se o oitavo município afetado desde a primeira detecção em 2024.
A Vassoura de Bruxa é causada por um fungo que compromete o desenvolvimento da planta e reduz drasticamente sua produtividade. Segundo o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), esta é a primeira vez que o fungo é identificado em macaxeiras, um tipo de mandioca de mesa amplamente cultivado para consumo direto.
O surto teve início em terras indígenas do município de Oiapoque, onde técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) identificaram os primeiros focos. Posteriormente, a praga foi detectada também em Calçoene, Amapá e em outras localidades do estado. A presença do fungo na Guiana Francesa, que faz fronteira com o norte do Amapá, preocupa ainda mais as autoridades pela possibilidade de reinfecção e propagação transfronteiriça.
Para conter o avanço da praga, uma força-tarefa foi montada envolvendo agricultores, técnicos agrícolas, o Rurap e a Embrapa. Estão sendo realizadas ações de monitoramento constante, coleta de amostras e aplicação de medidas sanitárias emergenciais nas áreas afetadas.
A mandioca é um dos principais produtos da agricultura familiar no Amapá, base da alimentação de milhares de famílias. Os impactos econômicos e sociais da praga podem ser severos, caso a disseminação do fungo não seja controlada a tempo.
As autoridades recomendam que os produtores fiquem atentos a sinais de anormalidade nas plantas, como folhas deformadas, queda precoce das folhas e secamento de brotos, e que comuniquem imediatamente qualquer suspeita às unidades do Rurap ou Embrapa mais próximas.
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